O ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi esvaziou funções de seu secretário-executivo, Wolney Queiroz, desde o começo da gestão e as delegou ao chefe de gabinete Marcelo Panella, incluindo nomeações, exonerações e transferência de servidores, segundo técnicos da pasta. A notícia é da Folha de São Paulo.
Portaria de fevereiro de 2023 determinou que o chefe de gabinete, que é tesoureiro do PDT e homem de confiança de Lupi, seria responsável por nomeação e exoneração de cargos em comissão de direção e assessoramento superiores e cargos comissionados executivos.
A nomeação, exoneração, designação e dispensa de cargos e funções de nível mais alto —secretários e diretores— ficaria a cargo do próprio ministro.
Também não passava por Wolney a autorização para concessões de diárias e passagens referentes a deslocamentos de servidores no país, conforme a portaria.
Segundo interlocutores no Ministério da Previdência, Lupi tinha receio de que o secretário-executivo, primeira opção do presidente Lula para comandar a pasta, conspirasse para tomar seu lugar. Por isso, ele foi esvaziado nos últimos dois anos. Não participava das principais decisões executivas do ministério e nem era chamado para reuniões importantes, dizem técnicos.
Na avaliação de pessoas próximas, Wolney agora vai conseguir exercer gestão no ministério e tem um perfil que ajuda na reconstrução de relações com o INSS, em um cenário de crise provocada pelos descontos indevidos de associações.