A líder da minoria na Câmara, Caroline de Toni (PL-SC), disse nesta segunda-feira, 31, que, com o retorno do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), da viagem que fez à Ásia, os deputados oposicionistas vão “intensificar a pressão“ para que a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 seja “tratada com prioridade absoluta”. A informação é do O antagonista.
“Já deixamos claro na semana passada que a Minoria, o PL e a Oposição estão em obstrução total até que esse tema receba a devida atenção e respeito que merece”, acrescentou a parlamentar, em nota. Segundo Caroline de Toni, “não é possível falar em justiça quando cidadãos seguem presos há mais de um ano sem julgamento adequado, sofrendo punições desproporcionais e seletivas”. Ela se referia a envolvidos nos atos golpistas.
A deputada ainda chamou de “pífia” a manifestação da esquerda realizada no domingo, 30, na capital paulista, contra o projeto de lei da anistia e pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo estimativa da Universidade de São Paulo (USP), o ato reuniu 6,6 mil pessoas. Em discurso no protesto, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), disse que o projeto de lei será “enterrado” nesta semana.
“Esta semana, Boulos, Kiko em Brasília vai ser decisiva. Eles estão apostando que vão colocar para votar o projeto da anistia. Eu vou dizer, Boulos, uma coisa para vocês: eu estou ligando para os líderes. Vou dizer aqui: esta semana vai ser a semana em que nós vamos enterrar esse PL da anistia”, declarou.
Reunião com Motta
Como mostramos na semana passada, está prevista para esta terça-feira, 1º, uma reunião do presidente da Câmara com com líderes partidários para discutir uma eventual votação da urgência para o projeto de lei da anistia. O anúncio do encontro foi feito pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL). Segundo o parlamentar, nove partidos apoiam a proposta, e a reunião de Motta no dia 1º será com os líderes dessas nove siglas na Casa. Entre elas, estão PL, União Brasil, Progressistas, Republicanos, PSD, Podemos, Novo, PSDB e Solidariedade.
Por outro lado, como mostramos também, Motta sinalizou a congressistas durante a viagem à Ásia que não pretende pautar a urgência.
Aliados de Motta afirmaram que, na visão do presidente da Câmara, essa matéria não é consensual nem seria capaz de trazer votos a parlamentares do Centrão.
