Preso após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandar executar sua pena por trama golpista, o general Augusto Heleno informou ao Exército que tem Alzheimer, desde 2018. A informação é do Metrópoles.
O informe sobre o tipo de demência ocorreu durante exame médico realizado nesta terça-feira (25), no Comando Militar do Planalto, em Brasília. O encontro médico tem como objetivo avaliar o estado de saúde geral e a integridade física do militar.
Durante a consulta, o custodiado, também precisa documentar doenças preexistentes e sinais de lesões corporais recentes ou antigas. Nesse momento, Heleno, de 78 anos, informou “ser portador de Demência de Alzheimer em evolução desde 2018, com perda de memória recente importante, prisão de ventre e hipertensão, em tratamento medicamentoso (polifarmácia)”, diz relatório.
Pelas informações, então, Heleno, condenado a 21 anos de prisão e cumprindo pena, já tinha a doença e exerceu sob tratamento o cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro.
Heleno e o também general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação na trama golpista que tentou reverter o resultado das eleições de 2022, estão no mesmo local, em celas reservadas.
Em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que os dois oficiais-generais “foram conduzidos na tarde de terça à sede do Comando Militar do Planalto” e que, após os procedimentos penais, “encontram-se em instalações dessa Unidade Militar”.
Rotina na prisão
A Força acrescenta que a rotina dos generais seguirá as normas previstas para a custódia de militares. As celas preparadas pelo Exército ficam dentro do CMP com cama, banheiro e ar-condicionado. Caso haja autorização judicial, também poderão receber televisão e frigobar.
Pela primeira vez na história do país, generais de quatro estrelas são presos por tentativa de golpe de Estado. A Primeira Turma do STF condenou os generais por integrar o “núcleo crucial” de uma organização criminosa armada destinada a impedir a posse do presidente eleito em 2022.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, Heleno e Paulo Sérgio integraram o núcleo que coordenava ações para abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Entre os crimes imputados estavam tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, organização criminosa e deterioração de patrimônio tombado.