A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados solicitou à PGR (Procuradoria-Geral da República) a quebra de sigilo telefônico do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), após o parlamentar ser flagrado utilizando o celular em visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando este ainda cumpria prisão em regime domiciliar. A informação é da CNN Brasil.
"O deputado foi formalmente informado das regras de visitação em 11 de novembro - normas que já estavam em vigor há mais de três meses. Nas próprias redes sociais, o parlamentar já havia criticado por diversas vezes as medidas cautelares impostas ao ex-presidente desde julho", argumenta o partido em nota.
A representação da bancada ocorre no mesmo dia em que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, deu 24 horas para que a defesa do ex-mandatário explique a utilização do aparelho por Nikolas, no dia 21 de novembro.
A representação do PSOL cita que o deputado já tinha realizado "tentativas de burlar" decisões da Suprema Corte, com relação à situação de Bolsonaro. Relembrando quando Nikolas transmitiu vídeos ao vivo de Bolsonaro em manifestação realizada em agosto.
"Não se pode esquecer jamais que a visita ocorreu horas antes da tentativa de violação da tornozeleira eletrônica por Jair Bolsonaro", também destacam.
"Teria o parlamentar participado de alguma forma do planejamento desta ação desastrosa de tentativa de violação da tornozeleira? É de interesse público a resposta a esta pregunta, pois um parlamentar em exercício não pode participar, em coautoria, de atos preparatórios de um crime", complementam.
Em nota encaminhada à CNN, o parlamentar afirmou que a visita ocorreu "dentro da normalidade" de sua atividade parlamentar e que este caso virar de "gravidade institucional" é algo "patético".
Leia a nota na íntegra:
"A visita ao presidente Bolsonaro ocorreu dentro da normalidade da minha atividade parlamentar. Meu celular estava comigo para uso pessoal e não foi usado para comunicação externa.
Não recebi orientação sobre proibição do aparelho. As proibições dizem muito sobre o estado do país.
Além de que criminosos usam celular na cadeia para comandar facções inteiras e ninguém da Suprema Corte dá 24h pra explicar nada. Mas celular de visita agora vira caso de "gravidade institucional". Não é justiça, é teatro pra intimidar. Patético".