O ex-zagueiro Ricardo Rocha, campeão mundial com a seleção brasileira em 1994, defendeu que o elenco mantenha foco total durante a Copa do Mundo e minimize distrações externas, como a presença constante de familiares e amigos.
Durante participação no CNN Esportes S/A deste domingo (9), o tetracampeão relembrou o clima de concentração das equipes e disse que a experiência da Copa de 1990 foi determinante para a mudança de postura quatro anos depois.
O ex-jogador reforçou a importância de separar o ambiente profissional do pessoal durante o torneio, citando que a dedicação integral foi decisiva para o título mundial.
"Toda hora, os caras: 'Ah, minha família, meu pai'. Não, esquece um pouquinho. Não tá ninguém morto, deixa todo mundo. É muito drama às vezes que eu vejo. Todo mundo tem família, eu amo meus filhos. Eu amo minha família, todo mundo. Tenho quatro filhos, eu amo meus filhos, são sensacionais. Mas tem uma hora que tu tem que dizer: 'Opa, começa uma Copa'", afirmou Ricardo Rocha.
Ele explicou que o afastamento temporário não significa isolamento total, mas um controle maior do ambiente interno.
“Além da família, tira. Fiquem só eles, porque quando perde é só eles que sofrem. 'O amigo sofre'. Tira amigo. Isso não quer dizer que não vá fazer uma visita, tem hora pra tudo. Agora, cinco dias na semana, um dia tira”, aconselhou.
Cobrança diária
Ricardo destacou que, na sua época, o grupo mantinha conversas constantes e evitava qualquer interferência externa.
“A gente conversava de futebol, a gente esqueceu a família, não entrava jornal. (...) Nada entrava na concentração, família nenhuma. Só nós. Porque a gente teve uma experiência negativa em 90 que a gente não quis levar pra 94”, contou.
Para Rocha, o período de 45 dias de Copa deve ser encarado com foco exclusivo na competição.
“Não é que a gente era duro não, a gente tinha folga. Agora, toda hora estar se preocupando, você se preocupar em Copa do Mundo.... Não. Foram 45 dias que a gente pensou em viver a Copa do Mundo”, ressaltou.
O ensinamento deve ser válido para as próximas gerações, que também podem enfrentar cobranças dos torcedores.