O secretário municipal de Saúde de Natal, Geraldo Pinho, afirmou nesta segunda-feira 8 que o atendimento à população não foi prejudicado com a troca da Cooperativa Médica (Coopmed) pelas empresas Justiz e Proseg no fornecimento de mão de obra médica para unidades municipais de saúde. Com informações do Agora RN.
Segundo o secretário, prova disso é que, apenas na primeira semana sob a nova gestão, as quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade registraram quase 8 mil atendimentos, o que equivale a mais de 1 mil por dia.
“Isso dá mais de 250 atendimentos em cada UPA, mais de 15 atendimentos por hora. As escalas estão completas de médicos, chegando a ter 8 médicos ao mesmo tempo em cada unidade. Quem foi às UPAs viu como o atendimento está mais rápido e mais ágil”, destacou Pinho, em entrevista à TV Tropical.
Redução da superlotação
O secretário afirmou ainda que medidas de gestão vêm permitindo diminuir a superlotação nas unidades. Entre elas, a implantação de um médico-líder de plantão. “Costumávamos acordar na segunda-feira com quase 100 pacientes internados nas UPAs. Hoje, Natal acordou com 50, uma redução pela metade”, disse.
De acordo com Pinho, além dos números das UPAs, a rede de urgência e emergência ultrapassou 10 mil atendimentos na mesma semana, com momentos em que filas chegaram a ser zeradas nos atendimentos clínico e infantil.
Compromisso da gestão
Mesmo em meio às críticas e recomendações de suspensão dos contratos emergenciais por parte do Tribunal de Contas do Estado, o secretário disse que a prioridade é assegurar o atendimento. “Seguimos todas as orientações judiciais e dos órgãos competentes. A nossa prioridade é não faltar assistência”, reforçou.
Ao final da entrevista, Geraldo Pinho deixou uma mensagem à população. “Tudo que cabe à Prefeitura, cabe à Secretaria de Saúde, está sendo feito para não faltar assistência e entregar a melhor saúde que todo natalense merece”, declarou.
Entenda
A saúde de Natal atravessa um período de turbulência. Desde o dia 1º de setembro, a Coopmed foi substituída pelas empresas Justiz e Proseg no fornecimento de mão de obra médica para unidades de saúde municipais. As duas empresas foram contratadas emergencialmente pela Prefeitura por R$ 208 milhões, em contratos com validade de um ano.
O processo desencadeou forte reação de médicos, que trabalhavam para a Coopmed e resistem agora a assinar os contratos oferecidos pelas novas empresas, alegando cláusulas abusivas. A recusa tem provocado dificuldade no fechamento de escalas em hospitais e unidades de pronto atendimento.
Nesse contexto, o Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed) e a Secretaria Municipal de Saúde entraram em rota de colisão. O presidente do Sinmed, Geraldo Ferreira, acusa o secretário Geraldo Pinho de agir em defesa das terceirizadas e de perseguir profissionais. Já o gestor rebateu, classificando Ferreira como “ditador sindical” e sustentando que ele tenta manter influência após a saída da Coopmed, que presidiu e ajudou a fundar.