No segundo dia do Fórum de Energias Renováveis, as discussões incluíram as últimas tendências e progressos no setor de energias renováveis voltadas ao setor público. Com o mercado livre, órgãos públicos têm mais facilidade e oferta para a contratação de energia limpa, como faz a Prefeitura do Rio de Janeiro. O exemplo foi apresentando como case de sucesso implementado na cidade a partir de 2021.
No mercado livre de energia, consumidores e geradores têm a liberdade de negociar contratos de fornecimento de energia elétrica sem seguir as tarifas fixas das concessionárias. Essa flexibilidade permite a negociação de preços, condições de pagamento e fontes de energia, promovendo um ambiente mais dinâmico. Com 28 anos de existência e regulamentação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o mercado livre já representa 34% de toda a energia consumida no Brasil, com a adesão de mais de 30 mil empresas, sendo mais de 5 mil nos últimos 12 meses.
O Rio de Janeiro tornou-se pioneiro na América Latina ao adquirir energia verde por meio de licitação pública, alcançando uma redução média de 50% nos custos e retirando milhares de toneladas de gases de efeito estufa da atmosfera. Esse modelo bem-sucedido abre caminho para sua replicação em outras cidades.
De acordo com Willians Gaspar, gerente de projetos da Prefeitura do Rio de Janeiro, desde o início do governo em 2021, a gestão municipal implementou uma governança energética alinhada ao planejamento estratégico da cidade, priorizando a eficiência dos recursos, a influência pública e a sustentabilidade socioambiental.
O portfólio de projetos inclui o ‘Projeto Rio de Energia Verde’, abrangendo mais de 3.300 unidades ligadas à prefeitura na cidade. Além do projeto-piloto na sede da prefeitura, Gaspar destaca a expansão para licitações que proporcionaram reduções de até 50% nas tarifas de energia. “A abertura no mercado energético cria oportunidades para atrair investimentos e fortalecer a cidade, sem a intenção de gerenciar diretamente, mas incentivando empreendedores”, acrescenta Gaspar.
Na perspectiva do gerente, o projeto de Energia Verde está em avanço para sua terceira fase, visando alcançar todas as unidades da prefeitura. Na segunda fase, a energia foi licitada para 20 grandes hospitais da cidade, garantindo segurança e redução nas tarifas. Essa abordagem tem gerado economia, sustentabilidade e eficiência na gestão dos recursos públicos, permitindo investimentos em áreas cruciais como saúde, educação e infraestrutura.
