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Esporte

Jogadores de time da Série A colocaram "bolso para fora" como protesto contra atrasados

Foto: Pedro Souza/ Atlético
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A situação de insatisfação do elenco do Atlético-MG não é de hoje. No treino do dia 7 de julho, os jogadores do Galo fizeram um protesto silencioso durante a atividade na Cidade do Galo. Atletas treinaram com o bolso dos shorts para fora para cobrar os atrasados.

A notícia é do ge. O protesto foi destacado pelo portal Fala Galo e confirmado pelo diretor executivo de futebol do clube, Paulo Bracks. O dirigente afirmou que houve uma conversa com o elenco em menos de 24h depois treinamento.

"De fato aconteceu. Vocês estão mostrando as imagens. A gente fez a reunião com os atletas no dia seguinte a esse treino. Foi a oportunidade que a gente conseguiu mostrar para eles nossa realidade financeira e as projeções de datas", disse em entrevista para a Band Minas.

Naquele dia, o Galo tinha dois dias de salários atrasados e mais de 15 de direito de imagem. Os vencimentos da CLT deveriam ter sido pagos no dia 5 de julho, e o direito de imagem era para ter sido pago no dia 20 de junho.

Depois desse protesto, houve uma conversa com diretoria de futebol, e o CEO do clube, Bruno Muzzi, para expor as datas de pagamentos. Naquela reunião ficou acertado que o clube faria os pagamentos atrasados no dia 15 de julho. Na semana passada, a diretoria cumpriu o que foi acordado com os atletas.

Entenda o problema nas contas do Galo

A crise financeira do Atlético com o elenco chegou ao ápice na terça-feira, quando o atacante Rony acionou a Justiça pedindo a rescisão unilateral de contrato com o clube. Ele alegou atrasos nos pagamentos do FGTS, luvas e, principalmente, direito de imagem. Mais tarde, no mesmo dia, o jogador desistiu de rescisão unilateral depois de conversar com a diretoria.

Também na terça foi revelado que outros atletas, entre eles Guilherme Arana, Gustavo Scarpa e Igor Gomes, notificaram extrajudicialmente o Atlético por atrasos nos pagamentos de direitos de imagens e premiações. Diante da situação, o comando da SAF marcou uma reunião com o grupo para quitar os valores atrasados.

O Atlético fechou 2024 com cerca de R$ 300 milhões de prejuízo. Segundo números do balanço financeiro do clube, divulgados em maio, a dívida total atleticana está na casa de R$ 1,8 bilhão. O relatório do economista César Grafietti apresenta um valor maior devido pelo Galo: R$ 2,3 bilhões, com o Alvinegro levando de 19 a 22 anos para quitar esse montante.

Grafietti analisou as contas atleticanas e afirmou que o Galo precisa de um aporte financeiro de mais de R$ 500 milhões para equilibrar as finanças. O comando do clube procura um investidor no mercado para levantar a quantia.

Neste ano, também foram noticiadas várias dívidas do Atlético com outros clubes, referentes a pagamentos de parcelas nas contratações de jogadores. O Galo também tem pendências com agentes e representantes de atletas envolvendo comissões em negociações de reforços para a equipe.

Em junho, Rafael Menin, um dos acionistas da SAF do Atlético, fez mea-culpa ao avaliar o momento do Atlético e admitindo outras atrasos do clube com elenco em anos anteriores.

"A gente deixou de pagar parcelas, deixamos de receber também R$ 24 milhões , a Arena demorou para ser reaberta. O desempenho financeiro da Arena é muito superior que Mineirão, Independência, foi um semestre duro. Atraso de salário, de imagem, teve um atraso menor, atrasou 10, 15 dias. Isso já aconteceu em 2023, 2022, 2021, o que a gente luta muito é para que não haja um acumulo de atraso".

"O clube faz uma mea-culpa. (…) Foram cinco anos de acerto, erros e muito aprendizado. E a gente vai aprendendo (…) O que foi feito para o bem ou para o mal, foi feito com o objetivo de acertar".

Para tentar equilibrar as contas, o clube tenta levantar um novo aporte milionário para injetar nos cofres ainda neste semestre. A ideia é que esse dinheiro venha de um novo investidor. Porém, os atuais acionistas também podem depositar esse montante no caixa atleticano.

Dentro dessa movimentação, Ricardo Guimarães, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético e também acionista da SAF, convocou uma reunião para votar uma alteração na cláusula anti-diluição - que poderá resultar em uma diminuição da porcentagem da associação do Alvinegro dentro do modelo de clube-empresa.

A cláusula anti-diluição é um dispositivo contratual que visa proteger os investidores minoritários - no caso a associação do Atlético, que possui 25% da SAF, contra 75% de Rafael Menin, Rubens Menin, Ricardo Guimarães e outros, para que essa porcentagem não seja essa diminuída.

Com a alteração, a parte da associação seria diluída a 10% ou até menos, caso a SAF recebesse um aporte de, no mínimo, R$ 200 milhões no futuro. É preciso também que a oferta seja de forma primária, via aumento de capital e emissão de novas ações.

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