A Shein e a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), localizada no Rio Grande do Norte, assinaram em 2023 um memorando de entendimento para a produção conjunta de peças de vestuário. O acordo previa que 2 mil clientes confeccionistas da Coteminas se tornariam fornecedores da Shein, visando atender o mercado brasileiro e latino-americano. Contudo, apesar da expectativa gerada, a parceria não foi adiante.
Porta-vozes da Shein declararam este ano a intenção de "nacionalizar" a produção, mas as conversas para a concretização do acordo se encerraram entre setembro e outubro do ano passado.
Executivos do setor têxtil afirmaram que a Shein alterou os termos do contrato após o anúncio inicial, inviabilizando as vendas. Entre as mudanças, estava a redução do prazo de entrega de 60 para 30 dias, além de os fabricantes serem responsáveis pelos custos de matéria-prima e logística. O preço de compra pelo consumidor final de itens como calças jeans foi estipulado entre R$ 35 e R$ 50.
Algumas empresas do Rio Grande do Norte enviaram amostras de tecidos e produtos para a China, mas as negociações não progrediram, conforme relatou o "Valor Econômico". Com uma dívida de R$ 1,1 bilhão, a Coteminas entrou com pedido de recuperação judicial em maio deste ano. A empresa ainda tem a esperança de retomar a parceria, apesar dos problemas internos com as etapas de lavação e acabamento final.
O RN enfrenta desafios adicionais para essa parceria, como os custos elevados das peças mais competitivas e a necessidade de importação de componentes como zíperes e botões da China, o que encarece o produto final.