A plataforma de vídeos Rumble enviou no domingo, 13, em parceria com a Trump Media, uma petição à Justiça da Flórida, nos Estados Unidos, para reclamar da mais recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, envolvendo a empresa, registrou a Folha de São Paulo.
A notícia da Crusoé diz que na sexta (11), Moraes ordenou o bloqueio total, em todo o território nacional, de uma conta associada a um ativista bolsonarista.
O magistrado também determinou o compartilhamento de dados do usuário sob pena do pagamento de multas diárias de 100 mil reais.
A reclamação da Rumble
Na petição, a Rumble alegou que o gabinete do ministro brasileiro enviou a decisão por e-mail e que ela seria irregular.
“A ordem não foi entregue através de qualquer mecanismo legal de tratado e parece ter sido emitida sem notificação ao governo dos EUA”, disse.
Ainda segundo a plataforma, o ativista é cidadão americano e enviar os dados pedidos à Corte infringiria as leis dos EUA.
A Rumble também chamou a decisão de obsoleta, dado que os conteúdos da empresa estão bloqueados no Brasil desde fevereiro e que o perfil do bolsonarista está inativo desde dezembro de 2023.
“A Rumble não pretende cumprir com as exigências do réu porque são inválidas e inexequíveis”, afirmou.
Por fim, a plataforma alegou que a decisão seria um pretexto usado por Moraes para punir a empresa pelas tarifas de 50% aplicadas pelo governo dos EUA para produtos brasileiros.
“A ordem de 11 de julho foi emitida apenas dois dias após o Presidente Donald J. Trump enviar uma carta formal ao Presidente Lula da Silva expressando preocupação com o tratamento do Brasil às empresas de tecnologia dos EUA”, afirmou.
Suspensão da Rumble
A ofensiva das empresas é uma continuação da disputa iniciada em fevereiro de 2025, quando Moraes determinou a suspensão da Rumble no Brasil por descumprimento de ordens judiciais, incluindo a falta de um representante legal no país.
Na ocasião, o ministro impôs multa diária de 50 mil reais enquanto a plataforma não bloqueasse a conta do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira.
As empresas alegam que a ordem de bloqueio extrapola os limites territoriais.