No documento, o BC detalha todo o histórico para decretar a liquidação do Master, elenca uma série de supostas irregularidades encontradas e, por fim, relata a existência de investigação enviada ao Ministério Público Federal (MPF) sobre novas fraudes que teriam sido cometidas pelo banco para tentar continuar funcionando.
A resposta do Banco Central foi enviada após Jhonatan de Jesus solicitar, no último dia 18, esclarecimentos a respeito de supostos indícios de precipitação na liquidação do Master, conforme revelou a coluna. O documento é assinado pelos diretores de Fiscalização, Ailton de Aquino Santos, e de Reorganização do Sistema Financeiro do Banco Central, Renato Gomes.
Veja as supostas irregularidades listadas pelo BC e que motivaram a liquidação extrajudicial do Master:
⦁ atrasos nas entregas de documentos regulamentares e contáveis;
⦁ esgotamento de carteiras de crédito geradoras de fluxo de caixa;
⦁ comprometimento da solvência do conglomerado;
⦁ incapacidade de recompor minimamente o recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo;
⦁ realização de operações estruturadas com clientes da linha corporate que não geraram fluxos financeiros relevante, sem observância dos princípios de garantia, liquidez e diversificação de riscos; e
⦁ cessão de carteiras de crédito ao BRB com operações insubsistentes ou com ativos cuja existência não poderia ser comprovada.
O Banco Central apontou que um suposto gerenciamento inadequado do risco de crédito contribuiu para o agravamento da crise de liquidez do conglomerado do Master.
“Ainda em função da atipicidade das operações, o Banco Central apurou a existência de irregularidades relacionadas a: insuficiência de capital, como resultado de ajustes determinados após se apurar que haviam sido prestadas informações incorretas à Autarquia; inexistência de ativos líquidos na composição de fundo de liquidez que dava amparo às operações estruturadas de longo prazo; e não atendimento de normas relativas ao gerenciamento do risco de crédito, inclusive por depender de informações prestadas por terceiros”, detalha o Banco Central.