O primeiro-ministro da China, Li Qiang, nesta terça-feira (8/4), teve uma conversa telefônica com a chefe da União Europeia, Ursula von der Leyen, em meio à escalada da guerra tributária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os EUA impuseram taxas de 104% à China e de 30% à UE. A matéria é de Luana Viana do portal Metrópoles.
“A China está disposta a trabalhar com a UE para manter intercâmbios sólidos e tranquilos de alto nível, aumentar a confiança política mútua, expandir a cooperação prática, insistir em resolver as preocupações de cada um por meio do diálogo e da consulta e promover a melhoria contínua e o desenvolvimento futuro das relações China-UE”, afirmou o governo chinês.
Li Qiang destacou que os Estados Unidos anunciaram recentemente o “abuso de tarifas sobre todos os seus parceiros comerciais, incluindo China e Europa, sob várias desculpas”.
“Este é um ato típico de unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica. As medidas resolutas tomadas pela China não visam apenas salvaguardar sua própria soberania, segurança e interesses de desenvolvimento, mas também defender as regras do comércio internacional e a justiça e equidade internacionais. Os seres humanos vivem na mesma aldeia global. Nenhum país pode sobreviver sozinho. Não há saída para o protecionismo. Abertura e cooperação são o caminho certo para a humanidade”, argumentou o primeiro-ministro.
A chefe da União Europeia, Ursula Von der Leyen, destacou que as tarifas impostas pelo EUA tiveram grande impacto na economia mundial.
“A imposição de tarifas adicionais pelos EUA teve um impacto severo no comércio internacional e consequências sérias para a Europa, China e países vulneráveis. A Europa e a China estão comprometidas em manter um sistema de comércio multilateral justo e livre com a OMC em seu núcleo e em manter o desenvolvimento saudável e estável das relações econômicas e comerciais globais, o que é do interesse comum de ambos os lados e do mundo”, destacou Von der Leyen.
Após a reunião, o governo chinês destacou que a China e a Europa são defensoras da globalização econômica e da liberalização comercial, além de defensoras e apoiadoras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Os países ressaltaram que devem “fortalecer a comunicação e a coordenação, expandir a abertura mútua, salvaguardar conjuntamente o comércio e o investimento livres e abertos, manter a estabilidade e a operação tranquila da cadeia industrial global e da cadeia de suprimentos e injetar mais estabilidade e certeza em ambos os lados e na economia mundial”.
Ursula Von der Leyen, disse que a UE sempre atribui grande importância às suas relações com a China. “Nas circunstâncias atuais, é vital que as relações UE-China mantenham continuidade e estabilidade. A UE está disposta a promover o diálogo de alto nível em vários campos com a China e aprofundar a cooperação mutuamente benéfica em áreas como economia e comércio, economia verde e mudanças climáticas”.
