A notícia é do Blog do Dina: o Rio Grande do Norte enfrenta uma onda alarmante e silenciosa de crimes sexuais contra crianças e adolescentes. Casos chocantes vêm à tona e revelam uma epidemia de violência que exige atenção e medidas urgentes das autoridades e da sociedade.
Recentemente, em Extremoz, um pastor foi preso em flagrante acusado de estuprar uma criança de apenas 9 anos. No dia seguinte, a brutalidade se repetiu em Natal, onde três homens foram detidos após violentarem uma menina de apenas 3 anos. Estes são apenas dois exemplos recentes que ilustram a gravidade da situação no estado.
- Dados exclusivos obtidos pelo Blog do Dina revelam um aumento estarrecedor no número de casos de estupro de vulneráveis. No primeiro trimestre de 2025, foram registrados 194 casos, um número quase idêntico ao do mesmo período de 2024, que já havia apresentado um crescimento significativo em relação aos anos anteriores. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, entre 2015 e 2022, a média era de menos de um caso por dia. Agora, essa média saltou para mais de dois casos diários, um aumento de 207%.
É crucial ressaltar que esses números podem ser ainda maiores, devido à subnotificação. Estimativas indicam que apenas uma pequena parcela dos casos de estupro é registrada pelas autoridades, o que significa que a realidade pode ser ainda mais sombria.
O perfil das vítimas também é alarmante. A maioria das crianças e adolescentes violentados no Rio Grande do Norte são meninas pretas ou pardas, com até 9 anos de idade, evidenciando a interseção entre raça, gênero e vulnerabilidade social. Em mais da metade dos casos, o agressor é alguém próximo da vítima, como familiares, parceiros íntimos ou conhecidos, o que dificulta ainda mais a denúncia e expõe a fragilidade dessas crianças.
A reportagem aponta ainda para a falha do Estado em oferecer o suporte necessário às vítimas. Em muitos casos notificados pelo sistema de saúde, não há registro de encaminhamento para delegacias, conselhos tutelares ou redes de apoio. Muitas vezes, a violência só é detectada tardiamente, quando a criança já sofreu traumas profundos.
Diante desta epidemia silenciosa, é fundamental que a sociedade e as autoridades ajam com urgência. É preciso fortalecer as redes de proteção à criança e ao adolescente, incentivar a denúncia, garantir o acolhimento e o acompanhamento adequado às vítimas e punir com rigor os agressores. A infância do Rio Grande do Norte clama por socorro.