A defesa do tenente-coronel Mauro Cid iniciou sua participação no julgamento da ação penal sobre a suposta trama golpista, negando que o cliente tenha sido coagido pela Polícia Federal ou pelo ministro Alexandre de Moraes em sua delação premiada. Alegações semelhantes vinham sendo feitas por advogados de outros réus, que tentam questionar a credibilidade da delação de Cid. Com informações do Metrópoles.
Na tarde desta terça-feira (2), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento da ação penal que investiga uma tentativa de anular as eleições de 2022, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus do chamado núcleo 1. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo teria buscado manter Bolsonaro no poder.
Mauro Cid pede baixa do Exército em meio a julgamento do plano de golpe
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), pediu baixa do Exército. O pedido foi confirmado pelo advogado Jair Alves Pereira durante a defesa do militar no julgamento do plano de golpe, que começou nesta terça-feira (2) no STF.
De acordo com a CNN, Cid protocolou a solicitação no dia 4 de agosto. Como não completou 35 anos de carreira, ele pediu para ser incluído na “quota compulsória”, o que garante remuneração proporcional ao tempo de serviço prestado.
O que ocorreu pela manhã
Pela manhã, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, fez a leitura do relatório da Ação Penal nº 2.668. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou a acusação e pediu a condenação de Bolsonaro e dos demais réus.
“Quando o presidente da República e o ministro da Defesa se reúnem com comandantes militares, sob sua direção política e hierárquica, para discutir a execução da fase final do golpe, o golpe, ele mesmo, já está em curso de realização”, afirmou Gonet.
O ministro Moraes destacou que o julgamento segue o rito processual e o devido processo legal aplicados em outras 1.630 ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023.
Sustentações orais da defesa
À tarde, começaram as sustentações orais dos advogados dos oito réus. O primeiro a se manifestar foi o advogado de Mauro Cid, Jair Alves Pereira, que contestou a versão de outros réus de que o delator teria sido coagido pela Polícia Federal.
A sequência das defesas seguirá nesta ordem:
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Abin
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
- Augusto Heleno, general e ex-chefe do GSI
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa
- Walter Braga Netto, general e ex-ministro da Casa Civil
Cada advogado tem uma hora para realizar sua sustentação oral perante os ministros da Primeira Turma do STF.