Pela primeira vez na história, as mulheres serão maioria entre os médicos do Brasil. Segundo a nova edição da Demografia Médica, divulgada nesta quarta-feira (30), elas devem representar 50,9% dos 635 mil profissionais em atividade até o fim de 2025.
O avanço feminino na medicina tem sido constante: em 2010, elas eram 41% da categoria; hoje, já são 61,8% dos alunos de medicina. A projeção é que em 2035 representem 56% da força de trabalho médica no país.
A maior presença feminina está em especialidades como dermatologia (80,6%) e pediatria (76,8%). Já áreas como urologia e ortopedia seguem dominadas por homens, com 96,5% e 92% dos profissionais, respectivamente.
O estudo também revela desigualdade na distribuição de médicos. Quase 60% atuam em grandes cidades, enquanto municípios menores concentram apenas 8% dos profissionais. O Sudeste tem a maior parte dos especialistas (55,4%), enquanto o Norte tem apenas 5,9%.
Mesmo com o aumento no número de cursos de medicina — que passaram de 92 para 225 entre 2014 e 2024 —, a residência médica segue limitada: só 8% dos médicos a cursavam em 2024.
Outro dado inédito mostra que cirurgias são mais frequentes na rede privada. Procedimentos como retirada do apêndice, vesícula e correção de hérnias são realizados em até 86% mais entre pacientes com plano de saúde do que no SUS.
A expectativa é que, até 2035, o Brasil ultrapasse a marca de 1 milhão de médicos, com média nacional de 5,2 profissionais por mil habitantes.