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Política

“Não tenho qualquer participação na fraude do INSS”, diz advogado na CPMI

Nelson Wilians | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O advogado Nelson Wilians negou nesta quinta-feira (18), em depoimento à CPMI do INSS, que tenha participação no esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. A informação é do O Antagonista.

Ele foi um dos alvos da Operação Cambota – da PF –, desdobramento da Sem Desconto, que investiga o esquema. Na Cambota, o lobista conhecido como “Careca do INSS” e o empresário Maurício Camisotti, ambos suspeitos de envolvimento na fraude, foram presos.

“Não possuo qualquer ligação com os fatos investigados por essa ilustre, respeitosa CPMI. Vou repetir: não possuo, eu, Nelson Wilians, a Nelson Wilians, não possui qualquer ligação com os fatos investigados por esta comissão. Jamais, em hipótese alguma, eu me envolveria em algo tão sórdido. Conduta que repudio com veemência. Repito para que não restem dúvidas: não tenho qualquer participação na chamada fraude do INSS“, declarou o advogado hoje.

Ele disse ainda que não conhece o Careca. “Eu só vim a ter conhecimento desta figura e deste nome a partir das notícias. Que não paire dúvida: eu não conheço”.

Por outro lado, falou ser amigo de Camisotti. “Esse eu conheço. Conheço desde 2015. Apresentado por um amigo em comum. Uma pessoa de bem também, assim como eu estou aqui falando com vocês. Minhas relação com o Maurício? Duas: inicia profissional e passou para amizade”, pontuou.

Convocado, Wilians compareceu à CPMI com um habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantindo o direito de permanecer em silêncio e não prestar o compromisso de falar a verdade. Dessa forma, ele não prestou o compromisso.

O relator da CPM, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), quis saber o motivo. “É muito simples. Eu assino um termo e de repente você me pergunta algo que eu me engane. Nós estamos falando de uma estrutura muito grande, e você de repente, acredito que aqui muitos tiveram acesso já há muitas informações, faz pergunta e eu não me lembre ou, pior, eu arrisque um palpite e dê uma resposta, e essa resposta não é a verdade. O que acontece comigo, relator?”, respondeu.

Gaspar ainda perguntou ao depoente se ele acha que a PF cometeu um erro ao investigá-lo. “A sua fortuna e a sua ostentação em algum momento se encontram com o roubo dos aposentados e pensionistas? Se não se encontram, a PF cometeu o maior erro de sua história lhe expondo publicamente com pedido de prisão, busca e apreensão e mostrando esse envolvimento do senhor com o roubo dos aposentados?”, falou o deputado.

“Não tenho nada a ver com o que está sendo objeto da investigação, que são os roubos aos aposentados do INSS. Com relação à PF, ela cumpre o seu papel. Ela tem um papel nobre, institucional, assim como as instituições, assim como essa comissão, assim como o nosso Senado, o nosso Congresso, o Judiciário”, disse Wilians, em resposta.

“Todos têm seu papel. O papel é de apurar. Se a PF achou que aquele seria o caminho, é um direito dela. A mim cabe respeitar, a mim cabe acatar. Eu não acho que ela errou. Mas agora eu vou ter a oportunidade de apresentar os documentos, os argumentos, isso com calma. Então, não acredito que ela errou, não. Eu tenho grande admiração pela instituição, pela PF“.

O advogado afirmou que “abomina” a fraude no INSS. “Lesar um aposentado já é por si só um crime gravíssimo. Um aposentado. Lesar milhões de aposentados é um atentado de proporções inaceitáveis que agride não apenas cada indivíduos, mas toda a nossa sociedade, toda a nossa nação”, pontuou.

Ele respondeu a poucas perguntas na CPMI. Na maioria, se recusou a dar resposta, dizendo apenas que não tem nenhum envolvimento com o objeto da CPMI ou exercendo o direito de permanecer em silêncio.

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