O parlamento do Irã votou, neste domingo (22), pelo fechamento do Estreito de Ormuz, em resposta aos ataques dos Estados Unidos contra o país, ocorridos no sábado (21). A decisão ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo líder supremo Ali Khamenei. A notícia é da repórter Giovanna Pécora, do Metrópoles.
De acordo com a PressTV, o parlamentar iraniano Esmaeil Kowsari defendeu o fechamento da principal rota marítima do Golfo Pérsico, que é essencial para a exportação de petróleo da maioria dos países da região.
“O parlamento chegou à conclusão de que deve fechar o Estreito de Ormuz, mas a decisão final cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacional”, contou Kowsari.
O Estreito de Ormuz é um ponto estratégico no Golfo Pérsico, controlado pelo Irã e fundamental para o comércio da região. Cerca de 21% de todo o petróleo do planeta passa por ali, o que pode causar um enorme impacto no comércio global em caso de bloqueio.
Estreiro de Omuz | Imagem: Lara Abreu/ Arte Metrópoles
Segundo relatório da seguradora holandesa ING, uma interrupção significativa nesses fluxos “seria suficiente para elevar os preços para US$ 120 o barril”. “Se isso persistir até o fim do ano, poderemos ver o [petróleo do tipo] brent atingir novas máximas, acima do recorde de quase US$ 150 em 2018”, diz o documento.
Desde meados da semana passada, antes mesmo dos ataques israelenses a Teerã, um número cada vez maior de embarcações tem evitado o Mar Vermelho e o Golfo Pérsico.
Cerca de um quinto do consumo mundial de petróleo passa pelo Estreito de Ormuz, que é a única rota marítima que conecta o Golfo Pérsico ao oceano aberto. A região abriga grandes produtores de petróleo, como Irã, Arábia Saudita, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes Unidos.
Produtores de petróleo
Alvo dos ataques de Israel, o Irã é um dos principais produtores de petróleo do mundo, com uma geração diária de 3,3 milhões de barris – o país responde por quase 5% da produção mundial.
Além do petróleo, o preço do gás disparou no mercado internacional após a deflagração do conflito entre israelenses e iranianos.