Uma central de golpes por telefone foi descoberta pela Polícia Civil nessa segunda-feira (28), em um conjunto comercial na Avenida Voluntários da Pátria, em Santana, zona norte de São Paulo. Na operação, policiais prenderam 13 envolvidos acusados de associação criminosa, furto qualificado, lavagem de dinheiro e resistência. A matéria é de Guilherme Bianchi, do Metrópoles.
Os detidos faziam parte de uma equipe especializada em aplicar golpes por telefone, organizada em uma estrutura empresarial. A descoberta foi feita por policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil, que iniciaram apuração após um furto mediante fraude de um celular.
Na ocasião, a vítima foi induzida a entregar o aparelho acreditando receber orientações de um banco para instalação de uma atualização do aplicativo da instituição financeira. O golpe provocou um prejuízo de pouco mais de R$ 744 mil.
Investigação progride
Investigações da polícia indicaram um possível esquema de golpe utilizando uma estrutura de telemarketing. As informações arrecadadas permitiram a obtenção de mandados de busca e apreensão em três endereços de envolvidos.
As ações aconteceram no bairro Picanço, em Guarulhos, na grande São Paulo, e Vila Dom Pedro II, na zona sul. No segundo local, uma mulher responsável pela administração do esquema foi detida. A equipe também apreendeu mais de R$ 59 mil e uma coleção de bolsas e sapatos de grifes internacionais.
Estrutura empresarial
Na sequência, a operação conseguiu localizar a central de telemarketing — base operacional dos criminosos —, que funcionava em um conjunto comercial em Santana, na zona norte. Os envolvidos perceberem a ação policial e destruíram parte dos materiais usados nos crimes, incluindo notebooks de última geração.
Alguns integrantes da quadrilha ainda reagiram à prisão e outros tentaram usar uma rota de fuga do local, mas todos foram detidos.
De acordo com a polícia, o grupo se dividia em diferentes núcleos de organização e coordenação. Os líderes da quadrilha eram responsáveis pela seleção de membros para a aplicação de golpes, montagem da estrutura do “escritório”, coleta de celulares, computadores e instrumentos necessários para a execução do golpe.
Outros criminosos também eram responsáveis por manipular listas com dados completos de cidadãos comuns — fundamentais para a execução do crime. Além deles, pessoas eram designadas para o contato com as vítimas, realizar a “programação” e manutenção dos equipamentos e “softwares” utilizados na central e disfarçar a origem ilícita dos recursos financeiros.
Imagem: Reprodução/Polícia Civil