Álbum de figurinhas com santinhos políticos vira nova febre no RN

23 de Setembro 2024 - 08h48

A campanha política em Currais Novos, cidade potiguar de 41 mil habitantes que fica a cerca de 180 km de Natal , promove uma prática inusitada há quase uma década. Os “santinhos”, um dos principais materiais de divulgação dos números de urna de candidatos a prefeito e vereador, viraram itens de colecionador para os moradores do município que preenchem uma espécie de “álbum de figurinhas”. 

Iniciada em 2016, essa tradição caiu no gosto da população e chegou à 3ªedição neste ano de 2024, atraindo colecionadores aficionados. 

A produção dos álbuns passou a ser feita uma gráfica local, que vende cada um a pouco mais de R$ 50. Segundo a empresa, quase 100 exemplares foram vendidos em dois lotes de impressão realizados. 

Já os cobiçados santinhos dos candidatos não são comercializados e precisam ser conseguidos pelos colecionadores durante a campanha nas ruas. Mas nem sempre é fácil. 

É nessa hora que os colecionadores se ajudam. Todas as tardes, a própria gráfica vira ponto de encontro entre eles para tentar encontrar as “figurinhas” que faltam. Ao todo são 131 lacunas – entre candidatos a prefeito e vereador – distribuídas por 50 páginas.

A corrida para completar o álbum só é encerrada após o desfecho do pleito, quando a cidade conhece os candidatos eleitos. A partir daí, os colecionadores correm para preencher a área dos vencedores, com espaços para os 13 vereadores e o próximo prefeito. 

“Durante a campanha, tento identificar os prováveis eleitos e já separo um santinho a mais. Quando sai o resultado, tenho menos trabalho para completar o álbum”, afirma o designer Jordan Torres, que é colecionador e também responsável por diagramar o álbum.

Como os santinhos não são produzidos pela gráfica, é comum que as lacunas sejam preenchidas por versões diferentes do mesmo candidato. O desafio, em alguns casos, é convencer alguns candidatos a cederem os materiais. 

“Como eles sabem que não vamos, necessariamente, votar neles, alguns candidatos fazem jogo duro para liberar os santinhos. Mas a gente é paciente, com jogo de cintura, conseguimos”, afirma Wendell Macêdo, tabelião e colecionador.

G1/RN

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