Uma mulher denunciou um pastor à Polícia Civil após três sobrinhas dela afirmarem ter sido vítimas de abuso sexual dentro de uma igreja evangélica em Ceilândia, no Distrito Federal.
Segundo o boletim de ocorrência, além de liderar a congregação, o suspeito é subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal.
As denúncias foram feitas pela tia e confirmadas pela mãe das vítimas, com idades de 12, 13 e 17 anos, após as adolescentes relatarem os episódios a familiares próximos.
O caso foi registrado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam II), localizada na mesma região administrativa onde os abusos teriam ocorrido.
Cineminha das crianças
No dia 28 de julho, a mulher estava em casa com as meninas quando uma delas, de 12 anos, chegou acompanhada de outras colegas da igreja.
Enquanto brincavam, a garota disse de repente à tia: “Você sabe que o pastor não é bonzinho, né? Ele é um monstro”. A mulher ficou surpresa e tentou entender melhor o que a menina queria dizer, mas ela hesitou.
Foi então que umas das amigas da menina disse que, se ela não falasse, ela contaria tudo.
A vítima, então, relatou que, durante um passeio da igreja, chamado “Cineminha das crianças”, ocorrido em 29 de maio, ela foi deixada sozinha em um carro com o pastor.
Segundo ela, o pastor teria dito que havia um “monstro” dentro dele, que queria fazer “muitas coisas” com ela. A menina contou que ele disse que ela era bonita, segurou sua mão e a colocou no pênis.
O pastor tentou beijá-la na boca, mas ela evitou, e então ele a beijou no rosto. O pastor também teria dito que a garota tinha o mesmo “estilo” que a tia, expressão que a tia não entendeu.
Outra sobrinha também relatou ter sido vítima do mesmo pastor. Ela disse que, durante um ensaio dos jovens da igreja, no ano passado, ele a levou para casa e, no caminho, passou a mão nas suas pernas, colocou a mão dela no órgão sexual dele, chamou-a de “gostosa” e a beijou na boca, segurando sua bochecha.
A irmã dela, de 17 anos, revelou também ter sido alvo do pastor. Segundo ela, o religioso costumava dizer que ela era “gostosa e linda” e a acariciava à força.
Ainda conforme relatos, as amigas da menina de 12 anos confirmaram que o pastor frequentemente as chamava de “gostosas” e passava a mão nas pernas delas.
A tia das meninas afirmou que não pediu medidas protetivas de urgência, porque pretende manter as crianças afastadas do pastor por conta própria.