O presidente nacional do Progressistas, o senador Ciro Nogueira, afirmou que os principais líderes partidários do Centrão devem se reunir com o senador Flávio Bolsonaro (PL) para discutir a pré-candidatura do filho do ex-presidente da República. Na última sexta-feira (5), o senador lançou o próprio nome como pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2026 com o aval do pai, Jair Bolsonaro (PL). A informação é da Gazeta do Povo.
Durante visita ao diretório estadual do PP no Paraná, Nogueira disse que é amigo pessoal de Flávio e que considera o filho 01 de Bolsonaro como o principal “herdeiro político” do ex-presidente. No entanto, o senador do PP pondera que as articulações políticas para vencer Lula nas eleições no próximo ano não podem levar em consideração escolhas baseadas em opiniões pessoais.
“Se eu tivesse que escolher um nome, não tenha dúvida, seria o senador Flávio pela minha relação próxima a ele. Mas política não se faz só com amizade, se faz com pesquisa, com viabilidade e ouvindo os partidos aliados. Isso não pode ser uma decisão apenas do PL, tem de ser uma decisão construída”, defende.
O cacique do Progressistas informou que deve se reunir com Flávio Bolsonaro ainda nesta segunda-feira (8), junto com o presidente do União Brasil, Antonio Rueda. O PP e o União Brasil aguardam a homologação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para confirmar a maior federação partidária do país, o União Progressista, com consequências nas articulações para as eleições em 2026, tanto para o governo federal quantos nos estados.
“É muito importante unificarmos todo o campo político de centro e da direita, porque senão nós não vamos ganhar a eleição. Estarei hoje reunido com ele [Flávio] na sua casa para ouvir o que é que ele pensa, para que a gente tome a decisão. Estou indo com o presidente Rueda para essa reunião”, disse Nogueira, que também deve tratar o assunto com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Após lançar a pré-candidatura presidencial na sexta-feira, Flávio Bolsonaro afirmou que até poderia recuar, dependendo da negociação com os outros partidos e a votação do PL da Anistia no Congresso Nacional.
Segundo Nogueira, os presidentes do PSD, Gilberto Kassab; do Republicanos, Marcos Pereira; do Podemos, Renato Abreu; e do Solidariedade, Paulinho da Força, também estão entre os caciques que serão consultados sobre o rumo das articulações políticas em torno da frente ampla em oposição à reeleição de Lula.
“Eu já tinha externado, anteriormente, que os dois candidatos que poderiam unificar essa chapa são os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Paraná, Ratinho Junior (PSD). Não sou o senhor da razão e posso ser convencido, mas com argumentos e com critérios para que a gente possa fazer uma escolha. O Brasil não pode perder a próxima eleição”, pondera.
A conversa que terá com Flávio Bolsonaro destoa da relação com o outro filho de Jair Bolsonaro, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL). Segundo Ciro Nogueira, o filho 03 causou "um prejuízo gigantesco para nosso projeto político", referindo-se à uma candidatura da direita contra Lula.
A declaração foi dada em outubro e gerou reações do deputado que está morando nos Estados Unidos. "O prejuízo foi gigantesco para o seu plano pessoal, não se pode confundir o seu interesse com o do Brasil", respondeu Eduardo Bolsonaro, acrescentando que está "disposto a sacrificar" os próprios interesses pessoais pelo Brasil.