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Política

Lula rebate Trump: “Se ele cobrar 50 de nós, vamos cobrar 50 deles”

Em entrevista à Rede Record, Lula diz que vai taxar EUA em retaliação ao tarifaço de Trump. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
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Em entrevista concedida nesta quinta-feira (10) à Record, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou o tarifaço anunciado pelo presidente americano, Donald Trump, contra o Brasil. Em tom de enfrentamento, o petista declarou que "se ele cobrar 50[%] de nós, vamos cobrar 50[%] deles", comentando sobre a guerra comercial.

A notícia da Gazeta do Povo diz que, Lula afirmou que a relação entre Brasil e Estados Unidos segue amistosa há 201 anos. Disse ainda que o Brasil é uma nação pacífica, que “não entra em conflito com outros países”. No entanto, adotou um tom crítico ao comentar a postura de Trump.

Segundo ele, “se o que o Trump fez no Capitólio ele tivesse feito aqui no Brasil, ele estaria sendo processado como o Bolsonaro e arriscado a ser preso”. A fala faz referência à invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Na ocasião, apoiadores de Trump protestaram contra o resultado das eleições americanas, que consideravam fraudadas.

Lula também rebateu críticas sobre violações de direitos humanos praticadas por autoridades brasileiras, especialmente no STF. Ele afirmou que o Brasil é soberano e que “quem quiser fazer negócio no Brasil deve respeitar as leis brasileiras”.

De acordo com o petista, “os EUA devem respeitar a soberania e a justiça brasileira, assim como eu respeito a justiça americana”. A fala surge como resposta a denúncias feitas por congressistas republicanos sobre censura a cidadãos brasileiros, inclusive no exterior.

Lula também negou interferência no Judiciário. Disse que o STF atua de forma independente e que seu governo respeita essa autonomia.

Ao tratar da balança comercial entre os dois países, Lula afirmou que os EUA têm sido os maiores beneficiados. Para ele, Trump utiliza medidas protecionistas não apenas contra o Brasil, mas contra o mundo inteiro.

Lula acusa Bolsonaro pelo tarifaço

O petista ainda atribuiu a culpa pelo tarifaço ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Segundo Lula, foi a influência do deputado licenciado sobre Donald Trump que convenceu o presidente americano a taxar o Brasil.

O presidente disse também que, se Bolsonaro for considerado culpado em processos judiciais, será condenado, "porque é assim que o Brasil funciona". Apesar disso, Lula garantiu que não interfere nas decisões do STF. Segundo o petista, o Judiciário é autônomo e ele respeita essa separação entre os Poderes.

Em tom de crítica, o petista ainda acusou Trump de extrapolar suas funções: “Ele não foi eleito para ser xerife do mundo; foi eleito para ser presidente dos Estados Unidos”. E também mandou um recado direto ao presidente americano: “Aqui, quem manda somos nós, brasileiros”.

Enfrentamento à guerra comercial

Quando questionado sobre os negociadores do Itamaraty, Lula evitou detalhes. Afirmou que os embaixadores já mantêm diálogo com os EUA e sugeriu acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) para questionar o tarifaço. “Se isso não funcionar, entraremos com a reciprocidade”, reforçou.

Lula disse que o comércio com os EUA representa apenas 1,7% do PIB brasileiro. Por isso, anunciou que o país buscará novos parceiros comerciais, especialmente na Ásia. Uma reunião com líderes asiáticos já está marcada para outubro.

Por fim, Lula anunciou a criação de um comitê que contará com empresários brasileiros para acompanhar os próximos passos da guerra comercial. E concluiu dizendo querer que o presidente Trump respeite o Brasil, assim como ele deseja que os americanos "melhorem de vida" e "vivam democraticamente".

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