A Apple está estudando ampliar a produção de iPhones no Brasil como forma de escapar das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos. A medida é considerada após o governo Trump anunciar aumentos nos impostos para produtos vindos da China e da Índia, principais fornecedores atuais da empresa. A informação é da Exame.
Com mais da metade dos iPhones sendo montados na China, os custos para o consumidor americano podem subir até 40%. Já a Índia, que tem ganhado espaço na estratégia da Apple, também foi atingida: a partir de 5 de abril, os aparelhos feitos lá terão tarifa de 26%.
Diante disso, a fábrica da Foxconn em Jundiaí (SP), que já monta modelos como iPhone 13, 14 e 15, pode ganhar protagonismo. Recentemente, a unidade recebeu autorização da Anatel para fabricar também o iPhone 16, ainda que apenas a versão base. Os modelos Pro e Pro Max continuam sendo importados.
O objetivo não seria reduzir o preço dos iPhones vendidos no Brasil — que seguem altos mesmo com produção local —, mas usar o país como um ponto de montagem para exportação ao mercado americano, onde as tarifas são menores em comparação com China e Índia.
A Foxconn no Brasil opera com incentivos fiscais, o que pode ajudar a tornar essa estratégia viável. Segundo analistas da consultoria Counterpoint, a Apple poderá rever seus planos de longo prazo para a Índia, caso as tarifas permaneçam altas, e o Brasil pode se tornar uma alternativa.
No entanto, a decisão dependerá da capacidade da fábrica brasileira em atender a uma produção maior sem afetar os padrões de qualidade e os prazos de entrega. Procurada pela imprensa, a Apple não comentou o assunto.