O dólar comercial voltou a disparar nesta terça-feira (8) e encerrou o dia cotado a R$ 5,99, em alta de 1,46%, após os Estados Unidos confirmarem a aplicação de tarifas de 104% sobre produtos importados da China. No pior momento do dia, a moeda americana chegou a tocar os R$ 6,00, patamar registrado pela última vez em janeiro deste ano. A informação é do Metrópoles.
O anúncio das novas medidas tarifárias, feito pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, derrubou os mercados globais e reverteu a tendência de alta observada pela manhã. No Brasil, o Ibovespa fechou em queda de 1,34%, aos 123.909 pontos, pressionado pelo clima de incerteza nos mercados emergentes.
A escalada na guerra comercial foi impulsionada pela decisão do presidente americano Donald Trump, que somou uma nova tarifa de 50% aos 54% previamente anunciados. A medida seria uma resposta direta à ameaça de retaliação por parte da China, que já havia reagido às sobretaxas anteriores com tarifas equivalentes.
Mais cedo, bolsas asiáticas e europeias registraram forte recuperação. O índice Nikkei, do Japão, subiu 6,01%, e os principais mercados da Europa avançaram acima de 2%, impulsionados por sinais de negociação entre EUA e Japão.
A confirmação da sobretaxa, no entanto, gerou nova onda de aversão a risco. “Em momentos de incerteza, o capital migra para portos seguros. O anúncio desencadeou ordens de venda nos mercados de risco, como bolsas e moedas emergentes”, explicou Álvaro Marangoni, gerente da corretora Warren nos EUA.
Para analistas, a volatilidade deve continuar nos próximos dias, com oscilações intensas a depender de novos posicionamentos de Trump e do desenrolar das tensões comerciais.